segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Lugar nenhum

os teus pés viajantes estão cansados,
e todas as palavras de conforto são pequenos murmúrios,
e são longas as voltas que dera ao redor da cidade,
e mesmo com tanto suor escorrendo por sua calma
a resposta encontrada é semelhante à da outra vez:
Seja bem-vindo ao lugar nenhum

quantos passantes te olharam a fundo nos olhos,
os mais tímidos eram aqueles com cicatrizes vivas,
e a gente bêbada te pareceu feliz enquanto os inimigos caíam lívidos no front
e depois da chuva os sorrisos frígidos lhe fizeram um brinde
como se não houvesse nada:
Seja bem-vindo ao lugar nenhum

geralmente as mãos se mostram trêmulas ante à felicidade,
e você corou quando por covardes uns aos outros se tratavam,
quis tolher a vítória lhes chamando atenção para o sangue,
mas enquanto se ressentia trancafiado sob os ferros do seu sistema,
eles gritavam em torpor por ainda estarem vivos:
Seja bem-vindo ao lugar nenhum

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