sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Exegese de Buckley

Alegorias para entrar no verão - não vejo motivos para amar os meus pais. Novembro se despedaça e, entre os cacos que apanho após terem sido quebrados os sonhos, há muitos fragmentos de raiva e tédio. Viagens silenciosas a mundos obscuros nos quais não encontramos personagens oníricos - atravesso galáxias sem sair do meu quarto. Eu sou aquele astronauta que flutua por entre as estrelas; eu sou aquele que não teve medo de afrouxar o cinto de segurança. Desesperado, tentei falar que, embora não compreendesse tão bem o segredo dos pássaros, tinha vontade de. Quis ainda dizer como são complexas essas coisas que de repente. Mas nunca soube conceber em palavras os nexos dessas vertigens: o meu algoz sempre fora o estômago. Porém, tenho certezas - silêncios irrefutáveis - e compreendo que foram vedadas todas as saídas: Eu estou perdido e dilatado. Me vejo a puta que é flagelada em pleno Sabbath. Amor são feridas abertas ao riso do público.

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