sábado, 13 de agosto de 2011

O animal direitista

O demérito da direita é o recorrente discurso antinômico dos seus adeptos: se por um lado, mesmo vendo a esquizofrenia social dos estados hodiernos, eles ainda conclamam a liberdade de comércio, exaltando o indivíduo em detrimento da coletividade, o que pode se traduzir numa interpretação até humanista do corpo político direitista, por outro lado, em vista do enfraquecimento da sigla liberalista principalmente nos países latinoamericanos no decorrer do breve século 20 e início do século 21, aviltando uma resignação permanente à esquerda enterrada na URSS e outras nações comunistas espaças, mostram-se afeitos ao ideário fascista, retomando o próprio viés teleológico-moderno do marxismo, cantando a barbárie em versos tênues e dúbios, a fim de conduzir a cultura da riqueza e da iniciativa individual ao patamar de verdade cuja substância é concernente a todas as pessoas. Assim, se durante a história o homem sempre se afigurou um bélico e vil, nada mais correto que darmos a ele os fundamentos para que continue sendo o que é, nunca refreando os impulsos animalescos que lhe são próprios. O cidadão ideal da direita tem quatro patas - é um primata que tem a obrigação de reivindicar todos os frutos de uma árvore, um rabugento aveludado elevado à categoria de homem perfeito.

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