quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Maduro

Escandi o futuro como se o avistasse atrás dos montes assombrosos que o ocultam. Em novembro de 1935, meu coração fora enterrado n’algum cemitério ermo de Lisboa, e mesmo assim fiz do presente o meu degredo. “Esqueci de viver”. Furtando-me dos medos e dos torvelinhos, sonhei com ovações alongadas durante 22 anos sem enxergar ao meu redor que "tudo é deserto". Aspirei a troco de nada: como aos que sonham, condenaram-me a ilusão, hediondo crime.

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