sábado, 4 de setembro de 2021

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Quebrando o encanto. Segundo especialistas, a carga tributária aplicada pelos Estados sobre os combustíveis é praticamente a mesma de anos atrás, quando os preços não eram tão exorbitantes e a sua definição não obedecia às oscilações do mercado. 
Condicionar o valor de qualquer coisa no Brasil ao ânimo dos rentistas é transferir um fardo indigesto para a população porque, se de um lado o mercado financeiro parece manipular o desenlace da economia à satisfação dos interesses de seus associados, qual abutres imponentes que cercam os restos putrefatos de um vívere abatido em decomposição, por outro, atualmente, somos um país para o qual quem tem dinheiro só pode olhar de soslaio, com exacerbado desgosto e ceticismo, uma vez que, carente de projetos que transmitam uma mínima previsibilidade do futuro, só se investe em algo de que se possa pressupor um arranjo de situações estáveis ao longo do tempo, o que não é o caso do Brasil de Bolsonaro. 
Outra coisa é que os Estados, como o país, estão quebrados, solapados economicamente pela pandemia, com a diferença de que não desfrutam das incontáveis fontes de receita da União, de modo que se reduzirem a carga tributária estadual dos combustíveis, agradando sobretudo à classe média que se desloca de carro mesmo nos menores percursos, podem alargar os problemas sociais que achincalham gravemente à população desde há muito, justamente porque serão obrigados a reduzir os já quase inexistentes investimentos sociais que as receitas derivadas dos impostos lhes proporcionam.

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