domingo, 14 de fevereiro de 2010

Salivando sobre o 4° mandamento

a paisagem de aço de nossas casas subterrâneas,
onde se ensinam desde cedo sobre o esterco e como ser um bom micróbio dentro da existência,
desfaz-se em gritos sufocados de sangue nos domingos sagrados de carnaval e alegria,
nos quais as almas embebidas em pecados fazem fila para comer o corpo de Jesus,
exalando o odor podre das imagens e das bíblias suspensos sobre o altar da glória de tantos séculos,
pondo sob grossas grades morais as bocetas das meninas quentes que querem desgastar o clítoris e exceder o rabo,
afeminando as mentes incrédulas e selvagens dos rapazes perversos e insanos com dinheiro na carteira,
dando cama à conjuração carnal de homens e mulheres que se aguentam apenas até o momento religioso da primeira foda,
ergindo ao alcance dos olhos das outras famílias a cera angélica que não tatua sobre a pele da verdade os escombros da convivência,
e querem que eu acredite que tudo isso é família,
uma arena de galos com ideal Absoluto onde se degladiam frustrações e excedimentos com excesso,
me echendo a cara de cuspe com falas sobre amor e prosperidade e bem e todas essas basbaquices,
quando tudo, absolutamente tudo, em verdade, é um grande simulacro;
um bueiro no qual nadam livres os homens naufragados em suas lágrimas e hormônios,
com suas almas irrequietas e assassinas encerradas dentro dos seus corpos violados.
eu escarro sobre tudo isso...

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