sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Sem Nome 18

não havia ninguém para limpar
o seu ânus melado de bosta,
trabalhara por toda vida pelos outros
e fora esquecido

cabisbaixo e dissoluto ficava
sentado à frente da porta,
olhando os rapazes pusilânimes
com o seu ódio condoído

perdera a fala e não lhe aprazia
a presença maçante dos seus
vizinhos perscrutadores

pensava, quieto, que sem sentido
na vida tudo se fazia: aspirações em excesso
e cansativos amores

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