quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A metafísica do reto

ela havia gozado sobre as minhas pernas
que,iguais as dela,estavam também suadas.
o meu sexo ereto se distinguia na escuridão,
apontando para a luz apagada no teto do quarto
a sua cabeça rubra e entremeada sobre a superfície
das veias claramente dilatadas devido
a velocidade com que se penetrava no outro sexo.

debruçada de lado sobre a cama,
as suas costas davam respostas aos meus olhos
que a miravam embidos na modorra da fumaça expelida
de dentro do cinzeiro,
que vendo a terminação de suas ancas
na parte onde o começo das nádegas
subleva dois morros carnudos com relevo limpo e arrepiado,
aviltara nos meus testículos uma compreensão metafísica
do orifício anal feminino,
e eu queria comer o seu cu pois ele era a verdade
que se recusara a mostrar-se nua à toda história da filosofia.

apertado como um cancro dolorido,
rodeava-lhe o canal de excreção uma cor mordacenta,
onde bem ao meio,num ponto subliminar
instituído de sacralidade bíblica em demasia,
uma aresta negra e impossível de ser especulada
concebia o desferimento no evangelho que a tornara obscura.

tomado pelas dores do pensamento jogado na fogueira,
com o descanso suficiente para o embate numa cruzada
mortífera onde se matam muitos padres e teístas,
estiquei-me rijo e animal pelos lençóis sujos de sêmen
fabricado nas gónadas, e pus o dedo na cara
inconteste e burra da inquisição:

"Eu vou meter no cu agora"
ele (o cu) oferecia resistencia e nada na vida é fácil.

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