eu não quero que vocês me entendam
com a boca aberta das invioláveis velhas desdentadas
que esperam, tímidas, pelo vento frio da noite eterna
que aquiesce às suas coxas flácidas,
pois devemos mesmo ser rabugentos e intolerantes
quando a razão do outro é ridícula e benfazeja
a burrice.
canso com o sono dos miseráveis das ruas lúgubres
a paciência para saber da educação e saúde
com a língua cheia de cuspe dos humanistas piedosos,
e me parecem chagas a execução
da cidadania pelo voto,
a morte das cidades, da arte e da sanidade
pelo voto,
e tudo existe, não porque existe homem,
mas porque existe voto.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
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