sábado, 5 de junho de 2010

Escadinha

entramos no puteiro logo depois de termos
saído de um outro.
na fachada, uma longa escada que
leva quem chega à parte onde ficam os brinquedos,
anunciava o que encontraríamos lá em cima: sujeira.

um clima silente coabitava todos os espaços do lugar
sobre o qual se via mesas amarelas rodeadas por peões
da construção civil.

elas duas estavam obscurecidas a um canto
do qual nuvens cinza eram dispersadas
para fazerem curvas pelo ar.

sentamos os três numa mesa e, logo em seguida,
a menos feia veio ao nosso encontro.
comecei a tocar na boceta dela,
que ainda estava coberta pela pequena bermuda
que vestia.
fez cara de prazer e, se os olhos não mentem,
estava completamente drogada.

a outra, escondida por detrás dos toscos óculos
fundo de garrafa, passado algum tempo que a primeira havia chegado,
veio ter conosco.

eu estava bêbado e não ouvi qual foi o acerto.
sei que depois de algum tempo estávamos lá, naquele
quarto estranho, ouvindo as duas putas gemerem
para Dionísio.

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