terça-feira, 22 de junho de 2010

Ontologia de mim

chorar por dias seguidos,
alagando ruas com as minhas mágoas...
um lugar distante
onde eu me deitasse por sob um pé de jambo perfumado
e lá me deixasse a sonhar em epopéias...
sentir como quem estivesse impossibilitado
de parar o gozo, gemendo as pernas enfraquecidas
em virtude do prazer sem fim...
ter, diante de cada paragem, a certeza pela qual,
se as tivesse, me cessaria...
ser doido, extremamente doido,
exatamente doido, até o desgaste,
até fazer doer...
pensar que não posso ser nada,
que por mais que eu ande e me desespere
não posso ser nada...
rir-se disso e ser nada...
fazer do nada um ganha pão,
uma função social...
construir a família,
ter os filhos e educá-los no nada...
ser nada e tachado de sério...

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