sexta-feira, 9 de julho de 2010

Diligência dentro da noite

Sobre a estante, dentro do guarda-roupas,
do armário, na cama, estão todos ali, ocupando algum espaço,
entrelaçados entre si, como se um dependesse do outro,
mesmo não havendo lógica, sem sentido ou direção alguma.

Embora matéria morta, concreto personalizado avaliado
de acordo com o preço, das suas entranhas, se as tem,
um olor próprio lhes confere vida, tal a de um homem
ou um animal desprovido do seu cérebro.

Da vasilha transbordante em cuspe ao pacote de fumo importado,
ambos com as idiossincrasias, transparecendo os seus traços vitais,
todos, sem exceção, têm o seu preço, uma serventia.

Quando caros, são sacros, lambem-lhes, dedicam-lhes siriricas
e punhetas. Mas eu, que às 3:17 da madrugada não paro de
pensar na vida, só posso dar-lhes poemas: - ó meus objetos!

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