quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Considerações heideggerianas

Eu sou um ser formado a partir de uma linguagem pré-estabelecida à minha existência. Tenho vontade, apesar de saber que sou linguagem, de me reconhecer enquanto ser não-convencional. Para tanto, é mister que eu tente estabelecer comigo mesmo relação de intimidade, de modo a me auto-compreender plenamente. Quando tento me reconhecer enquanto ser esbarro no que sou convencionalmente. Logo, compreender-se é compreender o outro, que, assim como eu, deseja compreender-se e também é constituído a partir de outros, aos quais também precisa compreender, sendo que os mesmos precisam compreender os outros que se sucedem infinitamente. Sendo assim, quando tentamos nos compreender, consequentemente nos deflagramos com o absurdo, posto que a resposta para o que sou, mesmo que sempre se apresente diante dos meus olhos, materializada num ser que aglomera outros, será uma incógnita - é como se nos habitasse todos os séculos, sendo nossa própria existência a reprodução de toda a história; como se por nós caminhasse a humanidade.

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