segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Da minha idéia de revolução

Instiguemos as massas às revoluções cáusticas do sangue! Quero ver a burguesia ruindo e intoxicada com a fumaça esvaída da explosão do motolov! O transporte público que não carregara os escravos direito estará expelindo labaredas azuis! O pão com preço elevado será tomado das dispensas das casas abastadas! O pobre não sucumbirá à ignorância pois, impulsionado pela miséria, reivindicará a sua vida que fora maltratada por leis idiotas! Expulsaremos da luta os que se fingem de revolucionários e não abrem mão das suas mordomias! Assaltaremos, com pau e pedra, os lugares onde retêm o que é de direito do povo! Os salários serão repartidos de igual para a igual e terá a sua porcentagem maior aquele que mostrar mais tenacidade na construção de uma sociedade realmente justa! A lua brilhará vigorosamente prata para os casais e estes não amarão movidos pelo fetiche! Porque as conveniências - as repugnantes conveniências! - também ruirão, sobrando às pessoas os sentimentos mais orgânicos! E se, depois dessas palavras de fogo lhes sobrar alguma dúvida sobre o que penso da revolução, vos direi que todo esse grito brando hodierno não passa de merda! Que toda a militância presente é branda, inútil, burra, estúpida e não passa de merda! Que o trabalhador não saberá dos seus direitos enquanto eles estiverem sendo discutidos pela intelligentsia entre os muros e a segurança das universidades! Que o estudante pobre nunca deixará a parte mais baixa da escala do trabalho enquanto tudo o que se pensa sobre a educação não chegar ao conhecimento do povo! Que todos os ideais que pretendem um mundo melhor estarão minados enquanto os que escarram monografias para abarrotarem o currículo - os mesmos que ocupam posição de destaque na esfera das classes! - forem brandos, estúpidos e continuarem dissimulando altruísmo com a sua forma de agir de merda!

4 comentários:

  1. Por Vina Torto:

    Infelizmente a minha opinião é extremamente pessimista no que diz respeito ao diálogo entre os setores acadêmicos e os ditos populares. Veja: historicamente a universidade foi sempre representada por aqueles que “detêm o saber”. Ao longo da história, quem sempre deteve o poder do saber foram os indivíduos oriundos de classes sociais mais abastadas. Portanto, a universidade sempre vai esta associada aos “inteligentes” e as inteligências vão esta associadas aos setores mais privilegiados da sociedade.
    No caso do Brasil, essa situação piora, uma vez que a nossa desigualdade é muito mais alarmante! Nós crescemos aprendendo a não nos “misturarmos” com as outras realidades. Os ditos pobres não dialogam com os mais ricos por que são pobres e devem saber do seu lugar, e os ricos não dialogam com os pobres pois são educados a entender os setores populares como setores perigosos e violentos.
    Portanto, se a universidade já cheira a elitismo, no caso brasileiro, as muralhas serão muito maiores entre um setor e outro, pois a segregação, apesar de externamente parecer mais amena devido ao convívio direto com a desigualdade no brasil, ela assume uma distinção clara devido a péssima distribuição de renda e de prestigio entre as pessoas.
    Mesmo com essa coisa de cotas que possibilita com que os alunos de escolas publicas e negros convivam em espaços do ensino superior, pelo fato das universidades terem sido representadas como o saber vinculado aos setores elitistas, mesmo os alunos que tiverem preenchendo 50% das vagas para os setores populares, inevitavelmente os mesmos alunos oriundos de realidades mais periféricas, como forma de se autoafirmar e manter a idéia do que é uma universidade, vão buscar discursos que atendam ao elitismo construído nos discursos acerca das universidades brasileiras. Porém, quero acreditar que minha hipótese está errada, e que a universidade em tempos futuros de fato abra a possibilidade das decisões democráticas, e não das decisões democráticas impostas por uma elite historicamente privilegiada.
    Portanto, concordo com você quando observa que a militância universitária não farámerda nenhuma com esses gritos fuleiros de revolução de merda, pois quem grita pela revolução, é justamente aquele que menos precisa dela. O povão, ou seja, o setor que de fato sofre na pele com a desigualdade, com a opressão, não passa de seres que não conseguem traduzir o que os intelectualoides falam sobre a fome, pois os intelectualoides não passam fome, eles tem vontade de comer. Os intelectuais não sofrem com a falta de acesso ao consumo, eles apenas adiam e priorizam o que querem consumir no momento.
    Enfim, é um discurso irritante e extremamente cínico e perverso. Ai vc anda no ônibus e vê uma vagabundagem pichada nas ruas: Que a UFS se pinte de povo kkkkkkkkkkk É populismo barato que não se diferencia em nada do populismo de Serra ao fechar os olhinhos na Assembléia de Deus para angariar votos dos eleitores.
    Parabéns pelo texto. Gostei muito da imprevisibilidade do texto. De inicio, parecia que você iria apoiar determinado discurso e de um momento para o outro, você muda completamente sem perder a coerência da seqüência de seu texto.

    www.movimentotorto.com

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  2. mãe?

    eu acho que vou fazer alguma coisa má..
    eu posso sentir isso, mãe

    porque eu estou farto, é isso!
    eu estou doente e cansado de tudo isso!

    e alguém vai pagar...

    alguém vai pagar...

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  3. parabens , sei que estou submetido ao sistema , mas isso nao que dizer que eu deva aceitar tudo nele e me conforma . o futuro ninguem sabe
    e a ideia de revoluçao de fique pressa ao mundo academico marxista

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  4. ops corrigindo : e a ideia de revoluçao nao fique a mundo academico marxista
    ALAN

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