quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O imaginário niilista como uma ferramenta de manutenção da burguesia

As pessoas não acreditam mais em nada. Fazemos parte de uma época que, vista como ideal estético, é perfeita: a tonalidade cinza se mostra mais forte que outras. Não medimos as conseqüências de frustrarmos as nossas expectativas. A supressão do ato de aspirar implica inércia. Se não há movimento, não há mudança. Tanto melhor, nesse caso, para quem à mesa tem o pão de todos os dias. Tanto melhor para quem, uma vez chegados à inércia generalizada, dorme sob lençóis quentes e divaga filosofias sem se preocupar com as taxas mensais e as quitações anuárias. Não nego a importância dos problemas existenciais frente o sensaborão das questões práticas e diretas. Porém, no que tange a guerra das potências, as prescrições práticas são fundamentais para se manter uma ética de batalha - as leis são balanceadas e servem como artifícios de ambos os lados. Condeno os defensores de morais promíscuas que ofuscaram, talvez por vontade própria, esse simples detalhe aos soldados que chegaram ao niilismo cegados pelas paixões. Desacreditar demais é um ato afetivo. Estes reducionistas não foram dignos para com a verdade - se mostraram fiéis à vontade elevada de potência que empunham. A descrença do povo enche-lhes à mente de idéias - faz perdurar o existir da sua filosofia. Na verdade, embora o discurso niilista pareça irascível, no seu âmago prevalece o medo do burguês que não tem mais sono - o que está em jogo é a perda das horas de contemplação. Um homem que não acredita está condenado a cobrir de farturas a mesa de um niilista: é um escravo. O niilismo é a religião dos burgueses que não pensam a não ser com medo; é uma crença para temerosos. Quem não mostra ao povo a esperança, vacila o medo da guerra antes mesmo de ter entrado na trincheira. Que todos se ponham nos seus postos com o mesmo poder de fogo. Chegou o tempo de cessarmos os que se disseram iconoclastas!

2 comentários:

  1. e quando a burguesia tombar.. o que mudará? ou continuará tudo nos seus devidos eixos. As revoluções humanas representam algo diante da imensidão do mundo?

    o niilista burguês, passaria a mendigo, e continuaria a dizer:

    está tudo certo, está tudo certo.

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  2. O primeiro logro é chegarmos ao embate. Depois, se vier mais guerra, que venha!

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