sábado, 13 de novembro de 2010

A razão nasce do fogo

São dias tediosos que se desfazem em poeira... clamo por dignidade nos mais altos púlpitos da justiça e expõem-me a indiferença e o alheamento fingindo-se de surdos! O sorriso da musa se dissipou em cacos de vidro etéreo... e eu vi uma utopia em incêndio na dobrada da Barão de Maruim com a Hermes Fontes! Vós que olhais com o desprezo moderno para o artífice sublime do sonho, desejais que seja pregada a bonança quando tudo aponta para o caos? Desejais o afago mesmo que as tuas mãos, nos momentos da carícia, se revelem sempre ásperas? Por tantos dias tivestes trabalhado e o rigor e a disciplina foram insuficientes para a educação dos teus olhos escravos... Deixastes com que o prisma dos teus sentimentos se evaporasse nos jatos velozes das exigências prementes... Caminhastes com o medo contemporâneo pelos corredores da noite escura e, agora com indignação, reivindica a subjetividade perdida aos juízes implacáveis? Não suscite-nos o riso! Se te sentes socialmente violado, não abras a boca outrora muda para grunhir as dores que te perscrutam e  atordoam! Se queres remediar verdadeiramente as tuas súplicas, não exigis aquilo que antes esteve às tuas mãos! Se sentes o desconforto da coisas entupindo-lhe de tédio, matas-te, matas-te... suicidas-te eticamente, ora!

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