domingo, 16 de janeiro de 2011

Das catástrofes naturais

O socorro às vidas humanas compensa a dívida moral da pouca importância atribuída à vida dos cachorros. As pessoas tratam o homem como algo que transcende a natureza, fazendo da razão que estes ostentam uma premissa que o torna mais valioso que um ser tão heterótrofo quanto ele. As gentes, constantemente reconhecidas por bondosas, deveriam lutar pela vida das plantas e dos mosquitos, pois estes, se dizimados, trariam sim consideráveis prejuízos à manutenção da nossa cadeia alimentar. Observados, no seu todo, os problemas do mundo, o alarido dos direitos humanos revertem-se em calcinação desmedida e pouco inteligível. Derrama-se prantos infindos pelo mal-estar do carrasco que outrora exerceu sua vilania. As vidas, nunca analisadas enquanto fragmentos agônicos de um mundo vil, padecem, a esmo e obscuras, o esperar pela mão do outro, o abrir do coração alheio, e tudo, em detrimento da inocência, são portas que se fecham ao som de risos celestiais. Como Rimbaud, "espero deus com gula".

Um comentário:

  1. "deveriam lutar pela vida das plantas e dos mosquitos"[epidemia de dengue feelings]. Que texto ruim. Apesar de minúsculo, consegue ser enfadonho e artificial. É triste ver pessoas que não sabem escrever econdendo-se atrás de palavras difíceis, desdenhando dos demais com sua pseudo-erudição. Prefiro o soluço dos ébrios à escritos de cólera.

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