quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Último excerto do dia

Balbúrdia no estômago às quatro horas da manhã - resultado do consumo excessivo de café. O primeiro pássaro que grita sufoca gemidos talvez escondido nalgum lugar seco. Do quarto ao lado, em vigília desde a noite passada, a  advertência por eu estar ainda acordado é proferida em uníssono com lamentações a Deus. Uma chuva, que em forma de gotículas perpassa as telhas, cai vasta e ruidosa sobre todos os pensamentos - há pingos faceiros a lavar o teclado. A história da literatura organizada em colunas, uma do lado da outra, em ordem aleatória de nomes - do alto de minha insônia regada à cafeína enxergo Malraux, Cortázar e Alfred Döblin. A revolução espanhola e a Paris de Hemingway trancadas nessas folhas, o sonho americano de Fitzgerald e Bukowski também. Do mundo das idéias ou a vida póstuma: força cognitiva despendida pelo frívolo capricho de ser lido por durante mais alguns anos.

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