sexta-feira, 5 de março de 2010

O furor da natureza neste verão

a depravação da natureza no final desta década...
e os homens que não dedicam a esse orgasmo de terremotos e enchentes
sequer uma elegia. conquanto haja amor em todos os versos,
não seria necessário se escrever poemas, fazendo das horas
um atavio do tempo cáustico que se turva.

há nas tardes um clima morto dos dias em que alguém
que nos é próximo padece, tal é a destreza de um espírito triste neste século
que é difícil não se olhar um rosto sem que não vejamos nas suas feições
a morbidez das flores envoltas ao caixão.
e me rio nos bares dos homens falidos em corpo e alma que, incorrendo no vinho,
se esquecem da porta que se abrirá e lhes trará, logo após a bebida, as dores de cabeça
da ressaca de um mundo cheio de lepra.

a educação em bondade ofertada nas escolas...
seria um passo começarmos a requestar, como disciplina,
o hediondo e o mesquinho. mas não! são sempre as mesmas linhas
onde se lêem todas as prescrições de Jesus,
pois Jesus é a bondade
e falta Jesus em tudo...

Nem Cayce nem Marx
nem filosofia nem nada,
devemos nos devotar, em tempos funestos, ao absurdo...

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