quarta-feira, 3 de março de 2010

Sergipe

De domingo a domingo é sempre a mesma coisa; há, entre essa variação de dias, algo de muito similar. Não falo dos lugares que não conheço, falo de onde nasci e, para grande desdouro meu, somei todos os anos de minha pouca idade. Falo de Sergipe; Aracaju, sendo mais preciso; um lugar pequeno assolado pelo tédio, no qual as pessoas, estas que sofrem de doença rara nos olhos, só conseguem enxergar as mesmas possibilidades para todas as coisas, projetando sonhos minúsculos em cima de perspectivas claudicantes, oscilando suas vidas entre dois pontos básicos: a monotonia de não ter o que se fazer e a conversa na porta de casa. Penso que há em Sergipe algo que transtorna a respiração, sendo impossível aos mais distintos poetas de toda a história extrair um verso sequer de qualquer parte dessas bandas, cabendo às nossas cogitações pensarmos que nem mesmo os espíritos mais diletantes não estão impassíveis de se tornarem murchos. Sergipe é um encharco, uma experiência traumatizante à qualquer pessoa. Como já disseram por aí 'É melhor não ser do que ser assim'.

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