domingo, 18 de abril de 2010

Ser Dada é ser Anti-dada

Pra se fazer uma poesia dadaísta não é preciso que haja
sentimentos ou inteligência.  Não: essa é a parte trivial onde, depois
de uma primeira leitura, se tenta chegar a uma conclusão quanto aquilo que está sendo criticado,
o que alimenta os longos textos dos críticos de arte!
Ou seja, o momento onde nos perguntamos sobre quem é mais pretensioso: o poeta ou o interlocutor?

Pra termos uma boa poesia dadaísta é preciso, antes de tudo,
recortarmos do século XX um idiota bem disposto.

Todavia, se me permitem a expressão, Jarry é sublime;
não como o bom-senso que ergueu a Torre Eifel ou a utilidade dos canos dos esgotos parisienses,
sob os quais pode-se achar alguns frangalhos de Balzac e de Vaché...
Não, não é isso.
Vejamos Ford como um teórico da psicologia:

1° não subjetivar sobre os corpos dos soldados crivados por balas alemãs...
2° o dia se ergue e as nossas carteiras também sentem fome...
3° arrenda-se um pedaço do céu trabalhando-se de domingo a domingo...
4° quando começarem a sentir dores de cabeça, não procurem o serviço de saúde
dos Estados Americanos, façam melhor, consultem Marx...
5° psicotrópicos instigam o corpo tanto quanto correr sem destino nas praças...

Era uma vez um muro acima do qual não havia mais nada...

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