terça-feira, 28 de junho de 2011

Exercitando a hipocrisia: ou um poema feito sob encomenda

Suponho que o vernáculo mais terno e expansivo, quando usado na intenção de caracterizar os logros de um amor que se fez resistente em tempos onde as agruras só reconhecem os trilhos da ascensão, corresponde ainda ao que há de mais tímido para se equivaler aos reais sentimentos que carrego a respeito da felicidade do casal a que me direciono. Sabemos que o hoje encontra-se embotado pela fuligem da desesperança e dos sentimentos crepusculares, de tal forma que as palavras pelas quais o sentido da vida é codificado parecem não passar de mero atavio gramatical – de verbo natimorto. Assim, diante dos olhares dispostos em posição de soslaio pelo público que as ouve, a expressão mais concreta do que penso sobre Gisélia e Thiago pôde, sem que eu tivesse me policiado, ter sido assaltada pela enfermidade dos juízos depreciativos e decadentes dos homens contemporâneos, conduzindo-me a ser especulativa e pouco incisiva no que diz respeito à importância que se dá ao transporte de sensações que nos habitam a alma para discursos. Desse modo, as minhas menções de alegria e vida florida a ambos – Thiago e Gisélia – são, apesar e antes de tudo, também ressalvas aos mais exangues: muitas felicidades aos dois e que o amor existente entre vocês, sendo ele chama, reconheça a eternidade em cada minuto da sua duração. Que Deus vos abençoe sempre!

Nenhum comentário:

Postar um comentário