domingo, 30 de dezembro de 2012

Deus

Sendo fonte de todas as coisas, Deus as preenche de vida, servindo-lhes como um referencial de cuja natureza todas elas dependem para poderem existir. Embora sejam múltiplas, carregando consigo a marca da incompletude e da queda, singularizando-se na medida em que buscam autonomia, todas elas se voltam a ele continuamente, todas elas compõem uma pluralidade em recorrente processo de conversão ao seu criador. Embora sua condição vegetativa pareça apontar o contrário, embora a corrupção que lhes define e afasta da salvação contrarie os eufemismos teóricos humanistas, as almas diluídas nessa multidão insignificante têm qualquer coisa de divino. Sobretudo a purulência cruel do seu egoismo.

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