quarta-feira, 19 de junho de 2013

Conhecimento: uma ideia

Derivado de uma relação causal com a vida, onde a ideia se estabelece em face da exterioridade dos fenômenos, o conhecimento, ao que tudo indica, revela-se como produto inacabado da subjetivação dos objetos e da natureza em variados níveis intelectivos, dos quais se depreende a sua formalidade ou informalidade. Ora, embora esteja enraizado na experiência, a sua substância difusa tende a causar, até mesmo involuntariamente, rupturas com o tecido simbólico em cuja extensão arraigam-se os vícios mais condenáveis encontrados no cotidiano. Concebê-lo abstraído da relação de dependência que mantém com o mundo concreto, das coisas tangíveis, não só reafirma a aparente arbitrariedade do que se nos revela à sensibilidade imediatamente, como conduz-nos a enxergá-lo, o conhecimento, tal qual um dos níveis abstratos característicos à ontologia clássica: intraduzível na linguagem conceitual, fixa-se como dimensão inefável, à qual só é permitida a contemplação distanciada, que buscamos inutilmente para nos saciarmos mais de perto. Desse modo, embora reconheçamos a difícil empresa de mensurar a razoabilidade de algo com base exclusivamente na sua exterioridade, estamos cientes de que aquilo que se aloja sobre o espírito é mais que pele - é a mediação necessária do indivíduo com a verdade.

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