Fixo às retinas a linha sem fim do horizonte,
reta inalcançável onde o mundo acaba.
Quantos desafortunados tenham existido
e que, entre todas as paixões, não tenham
a nenhuma delas se inclinado, houve para eles
o tempo em que se flagraram a caminho da distância,
com as vistas esquecidas em imagens
inexprimíveis, no céu desnudo que não
oculta segredo algum, que é imenso nada.
Fixo às retinas as fotografias velhas,
fantasmagoria amalgamada de nossa felicidade congelada;
miro a estante dos livros, os objetos comprados,
o pó acumulado displicentemente sobre todos os móveis...
E o tempo sobe-me à goela num refluxo do estômago.
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