#

Razão e Manutenção. Eu não atribuo distinções aos trabalhos de pesquisa e manutenção: em ambas as situações, para que as atividades executadas alcancem resultados satisfatórios, onde um problema pontual cuja natureza emperra todo o processo é dirimido, fazem-se necessárias ferramentas adequadas. Em manutenção, a excepcionalidade de algumas quebras eleva, para o mantenedor, o nível de dificuldade do conserto, exigindo de sua força criativa o desenvolvimento do que se chama ordinariamente de "bem bolado" ou "paliativo técnico", que são, por assim dizer, ferramentas também excepcionais, inéditas, que reforçam a fragilidade dos fabricantes quanto ao seu ímpeto de esgotar situações insólitas, prevendo-as antecipadamente. Em pesquisa, entretanto, já não se pode duvidar do caráter cumulativo das excepcionalidades, para as quais a inocuidade criativa dos intelectuais já não é capaz de fabricar ferramentas além daquelas recomendadas pelo fabricante no manual de uso. O desânimo, referendado pelo espírito de derrota que engessa o mantenedor antes mesmo de se debruçar sobre o problema, é a morte do processo.